domingo, 30 de setembro de 2012

FILME - DEVOÇÃO

 

VASO DE PRETO VELHO

 
 

LENDA DE OXOSSI


OXÓSSI

Okê!

Olofin era um rei africano da terra de Ifé, lugar de origem de todos os iorubas. Cada ano, na época da colheita, Olofin comemorava, em seu reino, a Festa dos Inhames. Ninguém no país podia comer dos novos inhames antes da festa. Chegado o dia, o rei instalava-se no pátio. do seu palácio. Suas mulheres sentavam-se a sua direita, seus ministros sentavam-se à sua esquerda, seus escravos sentavam-se atrás dele, agitando leques e espanta-moscas, e os tambores soavam para saudá-lo. As pessoas reunidas comiam inhame pilado e bebiam vinho de palma. Elas comemoravam e brincavam. De repente, um enorme pássaro voou sobre a festa. O pássaro voava à direita e voava à esquerda... Até que veio pousar sobre o teto do palácio. A estranha ave fora enviada pelas feiticeiras, furiosas porque não foram também convidadas para a festa. O pássaro causava espanto a todos! Era tão grande que o rei pensou ser uma nuvem cobrindo a cidade. Sua asa direita cobria o lado esquerdo do palácio, sua asa esquerda cobria o lado direito do palácio, as penas do seu rabo varriam o quintal e sua cabeça, o portal da entrada. As pessoas assustadas comentavam: "Ah! Que esquisita surpresa?" "Eh! De onde veio este desmancha-prazeres?" "lh! O que veio fazer aqui?" "Oh! Bicho feio de dar dó!" "Uh! Sinistro que nem urubu!" "Como nos livraremos dele?" "Vamos, rápido, chamar os caçadores mais hábeis do reino." De ldô, trouxeram Oxotogun, o "Caçador das vinte flechas”. O rei lhe ordenou matar o pássaro com suas vinte flechas. Oxotogun afirmou: “Que me cortem a cabeça se eu não o matar! “E lançou suas vinte flechas, mas nenhuma atingiu o enorme pássaro. O rei mandou prendê-lo. De Morê, chegou Oxotogí, o "Caçador das quarenta flechas”. O rei lhe ordenou matar o pássaro com suas quarenta flechas. Oxotogí afirmou: “Que me condenem à morte, se eu não o matar! “E lançou suas quarenta flechas, mas nenhuma atingiu o pássaro. O rei mandou prendê-lo.

De Ilarê, apresentou-se Oxotadotá, o "Caçador das cinquenta flechas”. Oxotadotá afirmou: “Que exterminem toda a minha fanu1ia, se eu não o matar”. Lançou suas cinquenta flechas e nenhuma atingiu o pássaro. O rei mandou prendê-lo. De Iremã, chegou, finalmente, Oxotokanxoxô, o "Caçador de uma flecha só”. O rei lhe ordenou matar o pássaro com sua única flecha. Oxotokanxoxô afirmou: “Que me cortem em pedaços se eu não o matar! “Ouvindo isto, a mãe de Oxotokanxoxô, que não tinha outros filhos, foi rápido consultar um babalaô, o adivinho, e saber o que fazer para ajudar seu único filho”. “Ah”! - disse-lhe o babalaô. “Seu filho está a um passo da morte ou da riqueza. Faça uma oferenda e a morte tomar-se-á riqueza. “E ensinou-lhe como fazer uma oferenda que agradasse às feiticeiras. A mãe sacrificou, então, uma galinha, abrindo-lhe o peito, e foi rápido, colocar na estrada, gritando três vezes: “Que o peito do pássaro aceite este presente”! “Foi no momento exato que Oxotokanxoxô atirava sua única flecha”. O feitiço pronunciado pela mãe do caçador chegou ao grande pássaro. Ele quis receber a oferenda e relaxou o encanto que o protegera até então. A flecha de Oxotokanxoxô o atingiu em pleno peito. O pássaro caiu pesadamente, se debateu e morreu. A notícia espalhou-se: “Foi Oxotokanxoxô, o “Caçador de uma flecha só”, que matou o pássaro”! O Rei lhe fez uma promessa, se ele o conseguisse! Ele ganhará a metade da sua fortuna! Todas as riquezas do reino serão divididas ao meio, e uma metade será dada a Oxotokanxoxô! “Os três caçadores foram soltos da prisão e, como recompensa, Oxotogun, o "Caçador das vinte flechas”, ofereceu a Oxotokanxoxô vinte sacos de búzios; Oxotogí, o "Caçador das quarenta flechas", ofereceu-lhe quarenta sacos; Oxotadotá, o "Caçador das cinquenta flechas", ofereceu-lhe cinquenta. E todos cantaram para Oxotokanxoxô. O babalaô, também, juntou-se a eles, cantando e batendo em seu agogô:

"Oxowusi! Oxowusi! Oxowusi!!!

“O caçador Oxo é popular”! “E assim é que Oxotokanxoxô foi chamado Oxowusi”.

Oxowusi! Oxowui!! Oxowusi!!!

sábado, 29 de setembro de 2012

PRECE A XANGO - ROBERTO RIBEIRO





LENDA DE OGUM


OGUM

Ogum Yêêê!

 

Ogum era o mais velho e o mais combativo dos filhos de Odudua, o conquistador e rei de Ifé. Por isto, tomou-se o regente  do reino quando Odudua, momentaneamente, perdeu a visão. Ogum era guerreiro sanguinário e temível. “Ogum, o valente guerreiro, o homem louco dos músculos de aço”! Ogum, que tendo água em casa, lava-se com sangue! “Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos”. Ele trazia sempre um rico espólio de suas expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele entregava a Odudua, seu pai, rei de Ifé. “Ogum o violento guerreiro, o homem louco, dos músculos de aço”. Ogum, que tendo água em casa, lava-se com sangue! “Ogum teve muitas aventuras galantes”. Ele conheceu uma senhora, chamada

Elefunlosunlori "aquela-que-pinta-a-cabeça-com-pó-branco-e-vemelho. Era a mulher de Orixá Okô, o deus da Agricultura. De outra feita, indo para a guerra, Ogum encontrou, à margem de um riacho, outra mulher, chamada Ojá, e com ela teve o filho Oxóssi. Teve, também, três outras mulheres que tomaram-se, depois, mulheres de Xangô, Kawo Kabieyesi Alafin Oyó Alayeluwa!

Saudemos o Rei Xangô, o dono do palácio de Oyó, Senhor do Mundo! “A primeira, Iansã, era bela e fascinante; a segunda, Oxum, era coquete e vaidosa; a terceira, Obá, era vigorosa e invencível na luta”.

Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê. Antigamente, esta cidade era formada por sete aldeias. Por isto chamam-no, ainda hoje, Ogum mejejê lodê lrê "Ogum das sete partes de Irê “Ogum matou o rei Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei”. Ele é saudado como Ogum Onirê! “Ogum Rei de Irê”!”.

Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa "akorô”. Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô:

 

- "Ogum dono da pequena coroa". Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede. Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê; tudo acompanhado de muito vinho de palma. "Ogum, violento guerreiro, o homem louco dos músculos de aço. Ogum, que tendo água em casa, lava-se com sangue!" “Os prazeres de Ogum são o combate e as brigas”. O terrível orixá, que morde a si mesmo sem dó! Ogum mata o marido no fogo e a mulher no fogareiro. Ogum mata o ladrão e o proprietário da coisa roubada!

Ogum, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tomara-se um orixá.

LENDA DE EXÚ


EXU

Laroyê!

Exu é o mais sutil e o mais astuto de todos os orixás. Ele aproveita-se de suas qualidades para provocar mal-entendidos e discussões entre as pessoas ou para preparar-lhes armadilhas. Ele pode fazer coisas extraordinárias como, por exemplo, carregar, numa peneira, o óleo que comprou no mercado, sem que este óleo se derrame desse estranho recipiente! Exu pode ter matado um pássaro ontem, com uma pedra que jogou hoje! Se zanga-se, ele sapateia uma pedra na floresta, e esta pedra põe-se a sangrar! Sua cabeça é pontuda e afiada como a lâmina de uma faca. Ele nada pode transportar sobre ela. Exu pode também ser muito malvado, se as pessoas se esquecem de homenageá-lo. É necessário, pois, fazer sempre oferendas a Exu, antes de qualquer outro orixá. A segunda-feira é o dia da semana que lhe é consagrado. É bom fazer-lhe oferendas neste dia de farofa, azeite de dendê, cachaça e um galo preto. Certa vez, dois amigos de infância, que jamais discutiam, esqueceram-se, numa segunda-feira, de fazer-lhe as oferendas devidas. Foram para o campo trabalhar, cada um na sua roça. As terras eram vizinhas, separadas apenas por um estreito canteiro. Exu, zangado pela negligência dos dois amigos, decidiu preparar-lhes um golpe à sua maneira. Ele colocou sobre a cabeça um boné pontudo que era branco do lado direito e vermelho do lado esquerdo. Depois, seguiu o canteiro, chegando à altura dos dois trabalhadores amigos e, muito educadamente, cumprimentou-os: "Bom trabalho, meus amigos! “Estes, gentilmente, responderam-lhe: "Bom passeio, nobre estrangeiro! "Assim que Exu afastou-se, o homem que trabalhava no campo à direita, falou para o seu companheiro: “Quem pode ser este personagem de boné branco? “Seu chapéu era vermelho", respondeu o homem do campo à esquerda. “Não, ele era branco, de um branco de alabastro, o mais belo branco que existe”! "“ Ele era vermelho, um vermelho escarlate, de fulgor insustentável! “Ele era branco, tratas-me de mentiroso”?" "Ele era vermelho, ou pensas que sou cego?"

Cada um dos amigos tinha razão e estava furioso da desconfiança do outro. Irritados, eles agarraram-se e começaram a bater-se até matarem-se a golpes de enxada. Exu estava vingado! Isto não teria acontecido se as oferendas a Exu não tivessem sido negligenciadas. Pois Exu pode ser o mais benevolente dos orixás se é tratado com consideração e generosidade. Há uma maneira hábil de obter um favor de Exu.

É preparar-lhe um golpe mais astuto que-aqueles que ele mesmo prepara. Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam áridos, a chuva não caía. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum orixá invocado escutou suas queixas e gemidos. Aluman decidiu, então, oferecer a Exu grandes pedaços de carne de bode. Exu comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Exu teve sede. Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha em casa, e que tinham, em suas casas, os vizinhos, não foi suficiente para matar sua sede! Exu foi à torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia de depois, sem parar. Os campos de Aluman tomaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:

"Joro, jara, joro Aluman,

Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes!

Joro, jara, joro Aluman,

Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas!

Joro, jara, joro Aluman,

Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca!

Joro, jara, joro Aluman! "

E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar! Aluman, reconhecido, ofereceu a Exu carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta. Havia chovido bastante. Mais seria desastroso! Pois, em todas as coisas, os demais é inimigo do bom.

LENDAS

 
 
 

domingo, 23 de setembro de 2012

TRABALHOS NA UMBANDA

 

ABRIR CAMINHOS 

MATERIAL: 

·         UMA TIGELA BRANCA.

·         SEIS QUIABOS CORTADOS EM RODELAS FINAS.

·         UMA NOZ-MOSCADA RALADA.

·         SEIS MOEDAS ATUAIS, LAVADAS.

·         MEL.

·         AÇÚCAR MASCAVO.

·         MEIO COPO DE ÁGUA.

·         SEIS COCADAS BRANCAS.

·         SEIS BALAS DE LEITE.

·         SEIS VELAS BRANCAS.

 

 PREPARO:
Coloque o quiabo, noz moscada, mel, açúcar mascavo e a água dentro da tigela e bata bem, ora com a mão esquerda, ora com a mão direita, execute o procedimento pedindo por EMPREGO para Xangô. Após coloque as cocadas e as balas brancas. Rodeia com as velas.

Deixe por seis dias no e após leve a uma praça bem movimentada. Deixe em sua casa em local em que não bata sol. Acenda as velas fazendo seus pedidos.

 

DIA: Quarta feira.

LUA: Crescente.

 

MATERIAL:
 
·         UM ALGUIDAR.

·         SETE ESPIGAS DE MILHO VERDE, COZIDAS.

·         SETE BATATAS DOCE COZIDAS.

·         UM PEDAÇO DE FUMO DE ROLO.

·         VINHO TINTO SECO.

·         UM COITÉ.
 

PREPARO:
Lave o alguidar e forre o fundo e as laterais com as folhas de mamona secas.
Descasque as batatas-doces e coloque-as no centro do alguidar e com as espigas ao redor. Enfeite com o fumo em rolo desfiado.
Leve o presente a um campo limpo e sossegado que tenha árvores (não pode ser local com árvores secas/mortas). Limpe o terreno, retirando folhas e galhos secos. Retire a oferenda do alguidar com cuidado e coloque no pé da árvore. Chame por OSSÃE e peça para ABRIR CAMINHO para você conseguir EMPREGO. Coloque o presente a frente de uma árvore e borrife com o vinho e depois coloque um pouco no coité (não deixe a garrafa na natureza).

 

DIA: Quinta-feira.

LUA: Crescente.

ACABAR COM AS BRIGAS no EMPREGO.

 

MATERIAL: 

  • UMA MAÇA VERDE
  • NOME DAS PESSOAS ENVOLVIDAS
  • ACUÇAR DE CONFEITEIRO
  • CAMOMILA
  • UMA VELA AZUL CLARO E UMA VELA BRANCA 

PREPARO:
Corte um pedaço da tampa da maça verde e com o auxilio de uma colher, retire o miolo e arrume em um prato branco. Coloque dentro da maçã o nome da pessoa, com um pouco de camomila e polvilhe açúcar de confeiteiro. Acenda ao redor a vela branca e peça para que Iemanjá e Oxalá eliminem BRIGA e DESAVENÇA no seu EMPREGO.  

DIA: Sexta-feira.

CLAREAR OS PENSAMENTOS.

 

MATERIAL: 

·         CANGICA BRANCA COZIDA.

·         UMA TIGELA REDONDA BRANCA.

·         UMA VELA BRANCA.

·         MEL.

 PREPARO:

             Escreva em um papel as propostas e dúvidas sobre seu EMPREGO e o coloque dentro de uma bacia, e por cima, uma canjica branca cozida com mel. Acenda uma vela branca no meio, pedindo para OXALÁ iluminar suas idéias. 

DIA: Domingo. 

EQUILIBRIO EMOCIONAL.

 

MATERIAL:

·         FOLHAS DA FORTUNA

·         MAJERICÃO

·         ELEVANTE

·         ALECRIM 

PREPARO:
Deixe as folhas em infusão em água limpa e fresca por 3 horas. Após esse tempo macere as folhas (acenda uma vela verde para Orixá Ossãe pedindo licença para usar suas folhas e libere todo o Asé) e coe. Deixe descasar por mais três horas coberto com um pano branco e uma vela branca acesa para Oxalá.
Tome o banho normal e depois tome o banho de ervas. Vista uma roupa branca.

 

BORRIFADOR DE LIMPEZA

 

MATERIAL

·         VEÍCULO PARA PERFUME

·         SETE PEDRINHAS DE SAL GROSSO

·         ESSÊNCIA DE BAMBU

·         SETE FOLHAS DE ARRUDA

 

 PREPARO:
Coloque todos os elementos em um frasco de vidro escuro e deixe macerar por sete dias. Coe e coloque em um borrifador. Esse borrifador é uma substituição pra quem não pode fazer uma defumação no local de trabalho.

DIVULGAÇÃO


sábado, 22 de setembro de 2012

ABERTURA DE CAMINHO


ABERTURA DE CAMINHO NA LINHA DOS BAIANOS

(ESTÁ COMIDA E PRA SER SERVIDA NA FESTA AOS CONSULENTES)

 MATERIAL:

·         ABÓBORA.
·         CEBOLAS
·         COENTRO
·         SAL A GOSTO.
·         AZEITE-DE-DENDÊ.
·         PIMENTA DE CHEIRO
·         CARNE SECA
·         VASO DE BARRO
·         MAÇO DE: COENTRO, SALSINHA E LOURO.
·         PANO AMARELO OU FOLHA DE COQUEIRO
·         PÓ DE ABRE CAMINHO: TALCO PERFUMADO, PIMENTA DA COSTA, PEMBA AMARELA, FOLHAS DE ABRE CAMINHO E ANIZ ESTRELADO.
·         UM INHAME
·         BATIDA DE COCO CASEIRA
·         FOLHA DE MAMONA
·         FARINHA DE MANDIOCA

 PREPARO:

Cozinhe a abóbora e amasse com um socador de madeira. Retire o excesso de sal da carne seca e cozinhe a carne seca ate que fique no ponto e após esfriar desfie. Frite a cebola no azeite de dendê e misture a abóbora com a carne seca e tempere com os demais ingredientes. Mexa sempre para que não grude no fundo da panela.

Este e um procedimento normal de Carne Seca com Abóbora. Agora a montagem ritualística do prato para ser ofertado a todos os consulentes do terreiro recebendo assim o Axé para abertura de caminho do Povo da Bahia Meu Pai!

 Forre o chao com folhas de coqueiro (se não tiver pode ser folhas de bananeira ou pano amarelo) no meio coloque o alguidar com o cozido de abobora com carne seca e ao lado direito um vaso de barro com maço de louro, coentro, salsinha. Ao lado esquerdo uma quartinha com batida de coco feita em casa. Faça o pó feito com aniz estrelado, pimenta da costa, talco perfumado, pemba amarela ralada e folhas de abre caminho. Coloque dentro de um alguidar folhas de papel branca sem linha o espalhe por cima um pouco desse pó já consagrado. Deixe o alguidar ao lado do vaso com os ramos.

Cada consulente deve escrever seus pedidos no papel, colocar dentro do vaso de ramos, se servir da comida e doar uma moeda de qualquer valor.

Deixe essa mesa até o outro dia e faça logo depois o seguinte:

Pique bem a salsinha, coentro, louro e misture com uma farofa feita com azeite dendê. Coloque em uma folha de mamona grande juntos com os pedidos. Faça um inhame para Ogum e coloque ao lado da oferenda dos Baianos.

Doe a moedas arrecadadas para Instituições (não importa o valor).

 
Obs.: Sempre que sobrar comida das festas dos Orixás/Entidades, a mesma deve ser repartida com os mais necessitados e com os filhos da casa. Comida de Santo NÃO SE JOGA FORA.

 
MANÉ DA BAHIA E BAIANINHA
 
 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

UMBANDA SUSTENTAVEL


Materiais cerâmicos de barro nos Awon Ebo (ebós) e oferendas votivas.

 

É comum o uso de utensílios cerâmicos de argila em nossas práticas religiosas seja nas religiões afro ou na umbanda.

 

São utilizados para acondicionar o Igbá (assentamento òrìsà), água, bebidas, ebo, seguranças e etc.

 

Utensílios como quartinhas, moringa, oberó (alguidar) e pratos são fabricados fazendo o uso de argila moldada e depois cozida em fornos, sendo este um material inorgânico constituído basicamente de fragmentos de rochas minerais feldspaticas formados por ataque químico ou físico natural de rochas.

 

Conforme dados evidenciados o uso de utensílios de argila pelo homem existe como tradição há mais de 3.000 anos.

 

Sabemos que como fundamento ritualístico, no Batuque Afro-Sul, após nosso desencarne o igbá do òrìsà deve ser entregue a natureza simbolizando o retorno da energia do òrìsà a massa de origem.

 

A mesma situação ocorre quando determinado ebo deve ser entregue na natureza ou plantado na terra. O que ocorre muitas vezes é que alguns religiosos realizam estas práticas de forma inadequada deixando locais como vias públicas, cruzeiros, praias, cachoeiras e pedreiras e etc. impróprios para uso tanto por outros religiosos como também por demais indivíduos da sociedade.

 

Aspectos e impactos ambientas no uso inadequado destes materiais:

 

- Em encruzilhadas e vias urbanas podem provocar danos pessoais devido a quedas como também acidentes com veículos.

 

- Obstrução de bocas de lobo e bueiros ocasionando alagamento de vias públicas.

 

- Impacto visual.

 

Por tratar-se de um material de composição inorgânica (mineral), tendo um longo período no processo de inteiração com o meio ambiente se deve observar as seguintes práticas ambientais, quando realização de nossos cultos e preceitos:

 

- Após as oferendas votivas, awon ebo (ebós) e comidas de àse terem sido sacralizadas, ao contrário do uso de materiais cerâmicos de barro, quando possível entregar a natureza fazendo uso de materiais orgânicos como folhas verdes (inhame, mamona etc.), casca de coco e cabaça (casca de cuieira e cabaceira).

 

Repense no que significa Òrìsà e entidades!

 

Jorge ti Òòsàálá Óbòkún