OGUM
Ogum Yêêê!
Ogum era o mais velho e o
mais combativo dos filhos de Odudua, o
conquistador e rei de Ifé. Por isto,
tomou-se o regente do reino quando Odudua, momentaneamente, perdeu a
visão. Ogum era guerreiro sanguinário e
temível. “Ogum, o valente guerreiro, o homem louco dos músculos de aço”! Ogum, que tendo água em casa, lava-se com
sangue! “Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos”. Ele trazia sempre um rico espólio de suas
expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele
entregava a Odudua, seu pai, rei de Ifé. “Ogum o violento guerreiro, o homem
louco, dos músculos de aço”. Ogum, que tendo água em casa, lava-se com sangue!
“Ogum teve muitas aventuras galantes”. Ele
conheceu uma senhora, chamada
Elefunlosunlori "aquela-que-pinta-a-cabeça-com-pó-branco-e-vemelho. Era a mulher de Orixá Okô, o deus da Agricultura.
De outra feita, indo para a guerra, Ogum encontrou, à margem de um
riacho, outra mulher, chamada Ojá, e com
ela teve o filho Oxóssi. Teve, também, três outras mulheres que tomaram-se,
depois, mulheres de Xangô, Kawo
Kabieyesi Alafin Oyó Alayeluwa!
Saudemos o Rei Xangô, o dono
do palácio de Oyó, Senhor do Mundo! “A primeira, Iansã, era bela e fascinante;
a segunda, Oxum, era coquete e vaidosa; a terceira, Obá, era vigorosa e
invencível na luta”.
Ogum continuou suas guerras.
Durante uma delas, ele tomou Irê. Antigamente, esta cidade era formada por sete aldeias. Por isto
chamam-no, ainda hoje, Ogum mejejê lodê lrê "Ogum das sete partes de Irê “Ogum matou o rei Onirê e
o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei”. Ele é
saudado como Ogum Onirê! “Ogum Rei de Irê”!”.
Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma
pequena coroa "akorô”. Daí ser
chamado, também, de Ogum Alakorô:
- "Ogum dono da pequena coroa". Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum
voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência,
ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada,
celebrava-se uma cerimônia, na qual todo
mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede. Ele viu
as jarras de vinho de palma, mas não sabia
que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo.
Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou
as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo
acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos
prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê; tudo acompanhado de muito
vinho de palma. "Ogum, violento guerreiro, o homem louco dos músculos de aço. Ogum, que tendo água em casa, lava-se
com sangue!" “Os prazeres de Ogum são
o combate e as brigas”. O terrível orixá, que morde a si mesmo sem dó! Ogum mata o marido no fogo e a mulher no
fogareiro. Ogum mata o ladrão e o proprietário da coisa roubada!
Ogum, arrependido e calmo,
lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera
agora o tempo de repousar. Ele baixou,
então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tomara-se um orixá.
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