sábado, 29 de setembro de 2012

LENDA DE OGUM


OGUM

Ogum Yêêê!

 

Ogum era o mais velho e o mais combativo dos filhos de Odudua, o conquistador e rei de Ifé. Por isto, tomou-se o regente  do reino quando Odudua, momentaneamente, perdeu a visão. Ogum era guerreiro sanguinário e temível. “Ogum, o valente guerreiro, o homem louco dos músculos de aço”! Ogum, que tendo água em casa, lava-se com sangue! “Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos”. Ele trazia sempre um rico espólio de suas expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele entregava a Odudua, seu pai, rei de Ifé. “Ogum o violento guerreiro, o homem louco, dos músculos de aço”. Ogum, que tendo água em casa, lava-se com sangue! “Ogum teve muitas aventuras galantes”. Ele conheceu uma senhora, chamada

Elefunlosunlori "aquela-que-pinta-a-cabeça-com-pó-branco-e-vemelho. Era a mulher de Orixá Okô, o deus da Agricultura. De outra feita, indo para a guerra, Ogum encontrou, à margem de um riacho, outra mulher, chamada Ojá, e com ela teve o filho Oxóssi. Teve, também, três outras mulheres que tomaram-se, depois, mulheres de Xangô, Kawo Kabieyesi Alafin Oyó Alayeluwa!

Saudemos o Rei Xangô, o dono do palácio de Oyó, Senhor do Mundo! “A primeira, Iansã, era bela e fascinante; a segunda, Oxum, era coquete e vaidosa; a terceira, Obá, era vigorosa e invencível na luta”.

Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê. Antigamente, esta cidade era formada por sete aldeias. Por isto chamam-no, ainda hoje, Ogum mejejê lodê lrê "Ogum das sete partes de Irê “Ogum matou o rei Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei”. Ele é saudado como Ogum Onirê! “Ogum Rei de Irê”!”.

Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa "akorô”. Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô:

 

- "Ogum dono da pequena coroa". Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede. Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê; tudo acompanhado de muito vinho de palma. "Ogum, violento guerreiro, o homem louco dos músculos de aço. Ogum, que tendo água em casa, lava-se com sangue!" “Os prazeres de Ogum são o combate e as brigas”. O terrível orixá, que morde a si mesmo sem dó! Ogum mata o marido no fogo e a mulher no fogareiro. Ogum mata o ladrão e o proprietário da coisa roubada!

Ogum, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tomara-se um orixá.

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